Hoje não posso ver ninguém,
tirei o dia para mim,
sou assim!
Tenho dias de anti-social,
não me levem a mal,
há dias assim
em que ando a tomar
conta de mim!
Vou estar só comigo,
lamber as feridas,
espreitar o meu umbigo,
ser gata tomando banho de calma,
lamber-me até ao fundo,
até à alma
para amanhã voltar ao mundo
e ver o quão bom foi hibernar
feita gata sem dono,
mostrar a barriguinha ao sol,
votar-me ao abandono de existir
só pelo prazer de gozar o calor do sol,
espreguiçar a minha vidinha,
comer e beber e ser só uma gatinha
que amanhã volta à vida
com dono, com festas, com gente,
tão querida,
tao ovelha no rebanho,
do seu normal tamanho,
redimida,
de volta à vida de gata integrada, cordata, felina só em part-time,
com açaime,
ão, ão, miau,miau, fffff!
Bonito poema de estarmos só conosco próprios. Boa comparação com o Gato!. Muito bem cara amiga!
ResponderEliminarGostei muito deste teu poema que é definidor de um estado de alma e de um desejo absolutamente natural. Eu, curiosamente, neste momento gostava mais de ser um gato sociável, comer e beber com a minha gatinha e depois talvez tomar um banho de calma para de seguida, redimido e cordato, regressar à minha vidinha. Desejos do momento! Mas gostava de ser um pouco assim toda a vida. JJ
ResponderEliminar