Era uma vez uma palavra que estava sentada à porta
de uma casinha muito engraçada. Entretanto vê um ratinho que caminha direito a
ela.
- Bela palavra - diz o rato.
A palavra sentiu o piropo bater-lhe no ego. E o
ego inchou.
Voltou-se para o ratinho e disse:
- És tão pequenino e já dizes coisas tão certeiras
dirigidas ao mais necessitado de mim! Imagino como será quando fores grande!
- Sabes, eu não vou crescer muito. Primeiro,
porque sou um rato e, por muito que coma, nunca serei muito grande! E depois
porque a vida de um rato é sempre curta. Há muitos perigos para nós. Nesta casa
aqui vive um gato que está sempre a tentar caçar-me. Se eu não fosse esperto
que nem um rato, já cá não estava…
A palavra pensou como poderia ajudar o ratinho a
sobreviver. Pensou, pensou. E lá tocou à campainha da casa. Esperou, esperou e
nada. Mas viu um belo gato por trás da janela entreaberta.
Juntou-se a outras palavras suas amigas que também
andavam por ali e perguntou ao gato:
- Senhor Gato, como é que vai a sua saúde?
- Hás-de ter muito a ver com isso, tu! – respondeu
o gato com um ar altivo, como só os gatos conseguem ter.
- Gosto de saber que vai bem e é feliz!
- Estou bem, mas estaria muito mais feliz se
comesse qualquer coisinha.
- Senhor Gato, eu arranjou-lhe uma lata grande de
comida se me prometer que deixa aqui o meu amigo ratinho em paz!
Nem tem tempo de acabar a frase com as amigas… o
gato dá um salto e apanha o ratinho distraído com a palavra linda.
Conclusão: Cuidado com as palavras: ditas no
momento errado à pessoa errada podem ser fatais.