Alastra um eco
Silencioso
Riscando esta noite negra sem tempo.
Penso
E dói
Em lâmina afiada
Cortando e abrindo
O avesso do meu sentir.
Vai-se indo, assim, assim
Fogo dança
Pelos trilhos do meu corpo
A espantar
O cinzento frio
Deste Inverno
Feito mancha
Oxidada sem tempo.
Vai-se andando, assim, assim
A dor
Ilumina
Em arco-íris
Riscado nas paredes
Erguidas pelo medo
Prisão-ninho
Da minha solidão
Em posição fetal.
Vai-se vivendo, assim, assim
Um grito
É lançado
Em precipício de espelhos
Partindo
Em explosão de eus
Vivendo cá dentro
Passageiros
Em permanente
Viagem
Por labirintos de alma.
Vai-se partindo, assim, assim