quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

A vida só é possível reinventada




É a ultima vez que sai daquela casa. Leva o fiel amigo Basílio e uma mochila com os bens essenciais.

Que dor de alma deixar aquela casa onde viveu os últimos 40 anos!

A mulher morreu de doença prolongada. Com ela gastou todas as economias de uma vida. O filho emigrou para fugir à crise. Deu-lhe o pouco que tinha.

Neste país adiado, a sua vida ficou adiada também. A sua reforma emagreceu. As despesas engordaram. Já não aguenta mais! Entregou a casa ao senhorio.

A palavra cravou-se na cabeça: sem abrigo!

Vai viver por aí com o seu querido Basílio, desse não se irá separar.

Fecha a porta sobre a sua vida e despede-se da vizinha:

- Vou de férias. Até um dia destes.

A vida só é possivel reinventada!