sexta-feira, 30 de março de 2012

Horácio no Havai



Hoje Horácio habita um hospitaleiro habitáculo num hotel hippie no Havai.

Em horizontes havidos era Horácio Historiador e Humanista.

Hoje, hoteleiro hippie, hospitaleiro, horizontalmente hipnotizado por um harém havaiano!

As hormonas dos homens no Havai são habilidosamente habilitadas.

Hermann Hess, seu habitual hóspede. Haydn das horas harmoniosas. E Haendel.

Hálitos húmidos em “hermosas” Havaianas! Horas horizontais. Horas de heroínas havaianas.

Houvera a hospedeira Helena e o homem-hospedeiro Horácio, homónimo e homossexual. Horácio hippie era hétero. Honraram o horário até Havai.

Horácio herdara honorários com o haxixe dos hipócritas homens “honestos”. E havia a heroína homenageada hoje.

Horácio era o herói do seu harém. Hippie, hercúleo, herdeiro da heroína e herói das havaianas. Homem hiperbólico e hipocondríaco, hoteleiro no Havai. O humor era o hino da Harmonia que o habitava hilariantemente.

Horácio hostilizava a hipocrisia.

Hipocrisia é heresia

Hippie, hippie, hurra!

Herança de Horácio, o Hippie.

Happy hour!

HHH heroin heavenmade

Harmony Horacius’Hotel

Hello,  heroin in heaven

sexta-feira, 23 de março de 2012

Espelho mentiroso


O outro lado de mim
Eu do avesso,
Aquela que olha assim,
Do espelho
Imagem de eu em mim
Que não reconheço.
Sou ela,
Ela é eu,
Quem é quem,
Quem começou…
Olho a ela
E ela a mim
Com atenção.
Eu sou eu
Ninguém  és tu
Que situação!

Faz tudo o que eu faço
Ou sou eu que faço o que ela faz?
Estou aqui a vê-la
Mas não sou capaz
De em mim reconhecê-la.
Pisco-lhe o olho,
Ela pisca o dela ao mesmo tempo,
A dengosa!
E aí entendo, foi uma esparrela
Eu não sou ela.
Pisquei o direito
E ela, sem jeito,
Piscou o olho do mesmo lado.
Não me enganou
Porque piscou
Do lado errado.

A insolente,
A querer ser eu,
Eu logo vi
Que ela mente
Quando eu nasci
Aquela ali
Já era gente.
A desgraçada,
Bem que ela tenta
Me imitar
Mas coitada,
Bem pode tentar…
Sou bem mais nova,
Nunca podia
Ter aquele ar!

segunda-feira, 19 de março de 2012

Lara e Luis



Lara licenciou-se em Línguas e Literaturas. Lecciona. É lente. E lenta. É Leitora. Lê, lê, lê… livros. Labuta. Luta com letras. Luta com a líbido por libertar.

Luis é licenciado em loucura. Luis é um lunático luminoso. Lembra um ladrão liberal de liberdades limitadas e limitativas. Liberta-as. É livre.

Num largo de Lisboa a lua liga Luis e Lara. Luis leva Lara para um leito de linho lindo! Lambem os limites loucos. Lambuzam-se de lágrimas liquefeitas em lagos de luxúria. Libertam as líbidos. Lavram luas libertinas. Lançam as lamúrias e lamentações de Lara para longe. Leiloam os seus limites. As línguas lambem lascivamente, laboriosamente, lentamente labirintos libertos.

Longe, a luz da lua lança-se no lago em líquida loção luxuosa. É o luar a liquefazer-se…

Lara ludibria Luis pelo lado lunar. O Leito é um laboratório de lutas loucas, de longas lascívias e litigiosas luxúrias. É a lufa-lufa de loucos latejares. Lufadas de Liszt levantam labaredas de livres lembranças. Lara é leoa. Lembra lugares longínquos.

Levanta-se. Lava-se. Limpa-se. Liberta-se. Lá longe a luz da lua no lago. 

Lara lança-se sobre Luis em laranjas labaredas. Lúcifer liberto no leito de letais ligações de loucas letras.

Liberdades literárias!

sábado, 3 de março de 2012

Encantada

Estar encantada é virar coração, é deixar o sangue latejar, é não ter nada e brilhar, é sentir uma força brotar sem parar.
É sentir a seiva a correr, sem conseguir pará-la. É ter uma musa a compor uma melodia encantatória. É estar apaixonada pelo momento. É viver a vida toda num momento. Um momento estar cheio de mil emoções.
É condensar o mundo num só grito. É ter fome de infinito. É amar fora do tempo. É não caber no corpo que habito. É uma fome de aflito. É querer ser deus, não poder, mas quase acontecer.
É sentir-me possuída pela vida, por uma força sem direção, mas direcionada ao fundo de mim, vinda algures do universo. E contida num verso. Simples e complexo. En cantada! Encantada. Em cantada…