quinta-feira, 7 de junho de 2012

É estranho quando o coração mora na nossa cabeça



É estranho quando o coração mora na nossa cabeça.
O coração sobe à cabeça. Bate cá dentro.
Pode ser delicioso. Quando bate apaixonado. Bate, bate, coração. Pensamos amor. Sentimos e não pensamos. O sol aquece-nos a todo o instante. Pode uivar o vento mais feroz. A Primavera está em nós.
O mundo é nosso. Dançamos ao som da emoção. Com o coração.
Ou não.
O coração pode bater descompassado na nossa cabeça. Pode bater demais. Pode sentir demais. Pode precisar de ser parado. Mas o pensamento meteu férias…
Quando o pensamento regressa, expulsa o coração para o seu lugar, mas pode ser tarde demais!
How can you mend a broken heart? Precisamos de um relojoeiro de corações. Temos de o recolocar na batida certa.
Coração partido, coração reconstruído. Preparado para outra viagem. Bate, bate, coração, és um pinga-amores!
Quando o coração não tem juízo, o pensamento é que paga. Pensar/sentir: binómio de difícil equilíbrio. Será que deve estar equilibrado? Com que balança se pode pesar?
Dilemas existenciais de deslocamento de órgãos.
Só espero que o meu pensamento nunca se desloque para o fígado. O álcool pode afogá-lo…

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Ester e o elixir da escrita




Ester escreve.

A escrita esperta-lhe o engenho escondido e envergonhado.

Ester expressa o eu enfiado na existência enfadonha, exprime o enorme empenho existencial.

O eu espreita, encara a elementar experiência de existir, espreguiça-se e enfeita espaços espirituais.

Estados de espírito exacerbados expressam-se em energia em excertos de escrita ensolarada, encantatória.

A esferográfica é a extensão de eus em êxtase.

Ester estranha e depois entranha-se. Entre enfermos e estafermos, entes enterrados, escravidão encapotada, experiências extremas, encerradas e ensombrando o seu estar. Exorcizadas pela escrita. Enxotadas.

Ester esquecia escrevendo e enriquecia-se.

Exfolia o ego de experiências esquizofrénicas e o eu expande-se.

Ester existe, escrevendo. A escrita é o elixir da eterna existência. Está enamorada da escrita.