segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Fome



Fome de amor,

de aventura,

de riqueza,

de saúde,

de ternura,

de êxito,

de solidariedade,

de férias,

do campo,

da cidade,

de tudo 

o que possamos imaginar.

Mas fome a sério

é fome de comida,

lutar pela vida,

sentir abandono,

impotência,

marginalidade...

Essa é a verdadeira fome

do estômago vazio,

da vida vazia

que nos deveria

fazer sentir vergonha

de termos pequenas fomes

egoístas, privadas, mimadas.

Fomes de pequenos nadas.

Enquanto houver fome verdadeira

todas as outras são uma brincadeira

de mau gosto.

Somos todos iguais?

Somos cada vez mais diferentes!

Infelizmente.

Estamos a caminhar no mau sentido,

naquele que devia ser proibido. 



2 comentários:

  1. Belo poema que é uma chamada de atenção a um tema que infelizmente continua muito actual e que tu descreves de uma forma muito forte! Temos fomes de nada, enquanto ao nosso lado há fomes bem reais! Adorei!

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  2. Todos nós, uma vez ou outra passamos por um estádio de fome.
    Quase todos temos fome de ser notados, admirados, aplaudidos.
    Mas, quem não tem fome de ser?
    Quem não tem fome de estar?
    Quem não tem fome de viver?
    Amiga, sacia-te de vida como se esse momento fosse o primeiro do fim da tua vida.
    Gostei. Bjs

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