terça-feira, 2 de agosto de 2011

Manta de palavras


Espero

Que as palavras se juntem,

Formem uma onda

Que cresça,

Que inunde o meu mar

de sentimento terno

E me embale

Neste momento único

Feito eterno.

Que puxe

O aconchego

De uma manta de palavras

Até ao pescoço…

Sentir o poema

A crescer

Num alvoroço,

A consolar-me a alma,

A aquecer-me o corpo,

A embalar-me o sono,

Ser meu por um momento,

Depois partir

Sem dono.

E ir até ti,

Aquecer-te por dentro,

Lamber-te esse recanto

Mais escondido,

Amolecido,

Que, sem querer,

Sorri

E fica o momento,

Único,

O sentimento

Da partilha.

Que maravilha!

O que me agrada

Entrar em ti

Pelo poema

Feito estrada

Com muitos sentidos

Por nós percorridos,

Nas palavras.

Que bom

Estares agora aí,

Toma,

Este pequeno presente,

É para ti,

Tu,

Que estás comigo

Agora, aqui.

Como te sinto,

Pressinto,

Consinto.

És o meu presente,

Amigo.

Fico aqui

A escrinventar,

A poemar

Contigo.

Deixo-te

Esta manta de palavras,

Pequena oferta

Tecida com amizade

Com linhas de fios de ternura

Feita uma coberta

Simples e pura.



Poema,

Manta de palavras,

Coberta de alma,

Raio de lua,

Apenas

Para te mimar

nesta noite

só minha e

tua.

2 comentários:

  1. Vou puxar essa manta de palavras que me aquece, me toca, me acalenta. Puxo-a até ao pescoço, tapando a minha orelha como manta de trapinhos cosidos por uma amiga, alinhavados com a pena deixada pela gaivota que um dia nos apresentou.
    Obrigada amiga.
    Que bem brincas com as palavras!!

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  2. Aqui estou eu a tentar não ser repetitivo nos elogios que mereces, cada poema teu é uma nova surpresa, e esta manta é feita à tua medida,perspicácia nas palavras, ternura na descrição das coisas simples da vida,imaginação inesgotável.É melhor parar por aqui senão ainda pensam que sou o teu marido a dar-te graxa.

    J.J.

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