sábado, 19 de novembro de 2011

“Ser o que se pode é a felicidade” (Valter Hugo Mãe – O filho de mil homens)




Ser o que se pode é a felicidade.

Mas o que é a felicidade?

É ser o que se pode e contentarmo-nos com isso?

Não.

É talvez tentar expandir o que se pode.

Querer é poder. Logo, poder é querer.

Mas o ser anseia sempre por mais.

Pelo que não alcançou. Pelo que sabe que pode ou quer alcançar.

Rebela-se contra a injustiça. Contra o que o limita. E agita.

E o ser grita por mais.

Ser feliz é o que se é num momento de sonho. Esteve-se lá. Experimentou-se. Ou viveu-se?

A seguir aterra-se. Na real.

Aterrar e voltar a voar. Levantar voo. Que emoção!

Ser feliz é saber colorir uma realidade cinzenta.

Pintá-la com as cores mais alegres. Vibrantes.

Sermos arrastados pelo nosso próprio entusiasmo.

Embarcar num faz de conta a sério.

O que é real?

Os nossos sentidos são tão enganadores!

Mesmo o sexto. Até mais esse. Sexto sentido tão querido! Tão nosso!

Real é aquilo que sentimos nas manhãs em que acordamos alegres e distribuímos sorrisos por todos? E o dia  retribui e sorri também! Ganhamos o dia. E os outros não têm coragem de mostrar má cara a uma pessoa com tamanha energia empática… Apanhamo-los.

E também é real o dia em que acordamos e vemos que à volta tudo é sombrio e apetece voltar para a cama e não ir por aí?

A Felicidade existe? É um estado de espírito? É uma festa da alma?

E, como uma festa, é passageira. Acaba. Ficam os tristes restos. Para arrumar.

Ser o contrário de feliz é apenas a outra face da moeda.

Ao mandá-la ao ar, apanhamos com a sua escolha. Não a nossa! Puro acaso!

Podemos controlar o acaso?

Ou, por acaso, somos controlados pelo dito acaso?

Eu sei lá! Eu só sei que nada sei.

Partindo do nada, posso vir a aprender um bocadinho de alguma coisa.

Tenho todo o espaço livre para… ou não.

É minha a opção.

Sou o que posso cada dia. E há dias felizes.

Dias em que pinto os meus minutos das mais belas cores.

Mas há outros dias.

Há dias em que nem consigo pegar no pincel…

2 comentários:

  1. A felicidade vive no outro lado da rua e a nossa casa está do lado de cá. De quando em vez, saimos de casa,paramos no meio da rua e espreitamos para olhar a felicidade.
    Às vezes ela abre o postigo, espreita, sorri e desce a cortina. Outras vezes ela abre o postigo, abre a porta, senta-se na soleira e mal te vê. Mas, chega o momento em que ela abre o postigo, sai à rua, encara-te de frente, abraça-te e vai aconchegada para a tua casa.
    Mesmo que esse tempo seja curto, aproveita-o bem e sê feliz!
    Gostei (como sempre) do teu texto. Bjs

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  2. QUANDO SE TEM TALENTO, É BOM PREENCHER OS DIAS
    ORA ESCRINVENTANDO, ORA PINTANDO...
    A FELICIDADE TAMBÉM É ISTO, PARA ALÉM DOS BONS
    MOMENTOS QUE ENFEITAM A VIDA... PENA SEREM TÃO
    POUCOS.
    CONTINUE A DIVULGAR O QUE LHE VAI NA ALMA, QUE
    NÓS APLAUDIMOS. ABRAÇO

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