terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

En carnado




I
Encarnado,
Inspirado na cor
Do sangue,
Colorido
No sentido
De compor
Caminho vivido.
Sentido
E carnado
De carne
E centelha
Vermelha,
Soprada,
Inspirada,
Gostada.
Gostosa.
Trincar a vida.
Inalar o ar
Encarnado,
Sugado.
Sorver a inspiração
E vomitá-la
Numa cadência
De criação.
Tocar,
Esfregar,
Sentir
O rugoso do dia,
Lamber
A escuridão
Da noite.
Esticar-se
E tocar estrelas,
Torná-las cadentes,
Prementes,
Prenhes de poemas,
Plenas.
Ouvir
O silêncio
Tocar os violinos
Da nossa solidão
Interior.
Nascer é crescer
Para caminhar
E parar
E voltar a encolher
Até…
Nada saber
E tudo conter.
Encarnar infinito.

II
Encarnado
É o sangue que jorra
no acto de nascer
e pára
um dia
de nos percorrer.
Morrer
Ou não…
Talvez
Renascer.
A sensação de já saber
Por intuição.
Encarnar,
Saturar o ar
De cor
Caminhada,
Possuída
E devolvida
À estrada
Da evolução.

2 comentários:

  1. O encarnado regorgita do teu ser, do teu coração. A tua cor que se misturou com o teu sangue e que sai em lufadas de palavras transfiguradas em poema. Gostei.

    ResponderEliminar
  2. Mais outro lindíssimo poema. Essa inspiração corre mesmo nas veias!

    ResponderEliminar