sexta-feira, 23 de março de 2012

Espelho mentiroso


O outro lado de mim
Eu do avesso,
Aquela que olha assim,
Do espelho
Imagem de eu em mim
Que não reconheço.
Sou ela,
Ela é eu,
Quem é quem,
Quem começou…
Olho a ela
E ela a mim
Com atenção.
Eu sou eu
Ninguém  és tu
Que situação!

Faz tudo o que eu faço
Ou sou eu que faço o que ela faz?
Estou aqui a vê-la
Mas não sou capaz
De em mim reconhecê-la.
Pisco-lhe o olho,
Ela pisca o dela ao mesmo tempo,
A dengosa!
E aí entendo, foi uma esparrela
Eu não sou ela.
Pisquei o direito
E ela, sem jeito,
Piscou o olho do mesmo lado.
Não me enganou
Porque piscou
Do lado errado.

A insolente,
A querer ser eu,
Eu logo vi
Que ela mente
Quando eu nasci
Aquela ali
Já era gente.
A desgraçada,
Bem que ela tenta
Me imitar
Mas coitada,
Bem pode tentar…
Sou bem mais nova,
Nunca podia
Ter aquele ar!

2 comentários:

  1. Uma perspectiva muito "sui generis" de olharmos para fora mas principalmente para dentro de nós, muita imaginação, mas principalmente muita sensibilidade à "flor da pele", o "verdadeiro artista" é o tal que consegue essa simbiose.

    Viva a Artista.

    Beijinhos do J.J.

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  2. Já pensaste passar para o outro lado do espelho? O que pensará ela de ti? Quem será a desgraçada? a insolente? a dengosa? a imitadora? O espelho não devia ter janela - é pela janela que espreitamos no espelho. Um conselho de amiga: não lhe ligues, despreza-a! Tu és mto melhor que ela. Tu és a minha AMIGA. Bjs

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