Uma flor dança
a sua beleza vermelha ao vento.
Papoila entorna o efémero encanto
na dança contradança
do seu esplendor
de pétalas aveludadas
em vermelho enlouquecido.
Vem o sol
a papoila rebenta de prazer
em chama rubra viva!
O vento volta
e tudo recomeça
e a loucura avermelha a dança à exaustão...
As pétalas vão caindo uma a uma.
A papoila fica nua.
Ja não é papoila
só resta o seu sangue
espalhado no chão.
Uma nuvem rebenta em pesadas lágrimas
sobre a papoila já cadáver
vermelho murcho.
Magnífico e lindíssimo poema da história de uma papoila. Parabéns, parabéns querida amiga, estou sem palavras!!!
ResponderEliminarÉ assim a vida de uma pessoa. Quanto nova todos a olham e a admiram.
ResponderEliminarQuando a velhice se aproxima é afastada, empurrada e esquecida.
Mas, há sempre alguém que a afaga nem que seja a mãe-matureza.
Gostei deste texto triste e comovente.
Um lindo poema, sobre o curto ciclo de vida de uma papoila, nós humanos atravessamos ciclos mais complexos, mas deviamos estimular e cultivar a nossa "chama rubra viva" durante a nossa existência, para espantar os azares desta vida, que pode ser curta.
ResponderEliminarParabéns Júlia Espanca.
J.J.