sábado, 1 de fevereiro de 2014

Uma flor dança




Uma flor dança

a sua beleza vermelha ao vento.

Papoila entorna o efémero encanto

na dança contradança

do seu esplendor

de pétalas aveludadas

em vermelho enlouquecido.

Vem o sol

a papoila rebenta de prazer

em chama rubra viva!

O vento volta

e tudo recomeça

e a loucura avermelha a dança à exaustão...

As pétalas vão caindo uma a uma.

A papoila fica nua.

Ja não é papoila

só resta o seu sangue

espalhado no chão.

Uma nuvem rebenta em pesadas lágrimas

sobre a papoila já cadáver

vermelho murcho.

3 comentários:

  1. Magnífico e lindíssimo poema da história de uma papoila. Parabéns, parabéns querida amiga, estou sem palavras!!!

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  2. É assim a vida de uma pessoa. Quanto nova todos a olham e a admiram.
    Quando a velhice se aproxima é afastada, empurrada e esquecida.
    Mas, há sempre alguém que a afaga nem que seja a mãe-matureza.
    Gostei deste texto triste e comovente.

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  3. Um lindo poema, sobre o curto ciclo de vida de uma papoila, nós humanos atravessamos ciclos mais complexos, mas deviamos estimular e cultivar a nossa "chama rubra viva" durante a nossa existência, para espantar os azares desta vida, que pode ser curta.
    Parabéns Júlia Espanca.

    J.J.

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