quinta-feira, 20 de maio de 2010

Que vergonha rapazes - Miguel Guilherme




Fui ver, ouvir e gozar o espectáculo “Que vergonha rapazes” com o Miguel Guilherme e encheu-me as medidas! Esperava bastante dele, mas superou as minhas expectativas.

É preciso muito talento e muita garra para fazer de uma forma tão elegante e inteligente uma hora como aquela que ele dá ao público. É realmente um fantástico one man show!

A partir de uma antologia organizada por Nuno Artur Silva e Inês Fonseca Santos, a escolha dos textos, dos poemas e até duma crónica do Ricardo Araújo Pereira foi certeira. São desfiados Cesariny, Bocage, O'Neil, Miguel Esteves Cardoso, Adília Lopes, Alberto Pimenta, José Sesinando e Mário Henrique-Leiria. O humor sempre corrosivo,  com linguagem mais subtil ou bem vernácula, alia a provocação e a inteligência nesta brilhante interpretação. O resultado fez com que valesse bem a pena ter saído de casa e optado por aquela ida ao velhinho Maxime.  O Manuel João Vieira tem ali um excelente espaço muito intimista e simpático!

Além de que me ri com vontade, cá do fundo. E rir faz muito bem, principalmente agora que há tanta coisa para nos tirar a vontade de rir neste país…

É bom ver que em Portugal também se fazem excelentes espectáculos com a prata da casa. E esta prata não oxidou!

Só um bocadinho de um texto hilariante do Miguel Esteves Cardoso sobre a defesa de um bom palavrão oportuno e sem falsos moralismos: “…Para dizer que uma localidade fica fora de mão, não se pode dizer: fica na vagina da mãe ou no ânus de Judas…”

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