segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A porta da liberdade



A porta abre-se  para trás, leva-me numa viagem através do tempo, mas recuando.

Curioso, a porta abre-se para o mundo a abrir, leva-me para aquele tempo sem tempo, aquela praia quase deserta, onde acampava nos verdes anos. Lá vou eu pela sensação de liberdade total, sem regras, sem relógios, sem barreiras. Uma tenda, uma amiga, a alma a transbordar de alegria, de juventude, de sonhos por cumprir. Qualquer loucura era bem-vinda. Só tinha de ir contra o estabelecido, contra as regras, contra o cheiro a bafio. Tudo tinha piada, tudo provocava felicidade, o riso era uma constante, solto, bonito, branco. A praia era dos pescadores e nossa também. Porque também pescávamos a liberdade e o prazer de viver um tempo tão único!

E a porta não está ligada a nada, é suspensa, só existe para eu saber que posso passar por ela para um mundo muito melhor.

Não é uma porta vulgar, não se parece com qualquer porta, cheira a mar, a aventura, a azul. É a porta de liberdade. Não pode fechar, só pode abrir. Abre horizontes…

2 comentários:

  1. A idade entra de mansinho por debaixo daquela porta, que é invisível. Dificilmente nos viramos para trás. Dóiem as costas, o pescoço está perro. Por isso, a porta abre de trás para a frente.
    Olha ali! Olha aquela... Olha aquele vestido... Olha aquela música...Que saudades!!!!
    E assim se passam os serões.
    Bjs Mª Júlia, a veia imaginativa não mingua, bem pelo contrário.

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  2. Adoro tudo o que tenha a ver com praia e mar. Por isso gostei muito desta tua personificação de liberdade. Também me sinto assim quando olho o mar. Beijinhos

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